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Professor da UFDPar é fonte em reportagem nacional sobre médicos antivacina e a chamada “síndrome pós-spike”

publicado: 14/11/2025 17h18, última modificação: 14/11/2025 19h10

O professor e pesquisador Lucas Antonio Duarte Nicolau, do curso de Medicina da Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar), foi destaque em uma reportagem do Estadão, um dos maiores e mais tradicionais jornais do país. Ele contribuiu como especialista na matéria investigativa intitulada “Médicos antivacina usam redes para faturar com ‘síndrome pós-spike’ sem comprovação científica”, publicada pelo Estadão Verifica.

A reportagem expõe como profissionais da saúde que se posicionaram contra a vacinação contra a covid-19 passaram a comercializar cursos, consultas e supostos tratamentos relacionados a uma condição que chamam de “síndrome pós-spike” ou “spikeopatia” — um conceito não reconhecido pela comunidade científica, sem evidências que sustentem qualquer relação entre as vacinas de mRNA e sequelas a longo prazo. Segundo a matéria, esses médicos utilizam suas redes sociais, que somam mais de 1,6 milhão de seguidores, para difundir desinformação e vender tratamentos sem comprovação, chegando a cobrar até R$ 3,2 mil por consulta e cerca de R$ 700 por cursos.

O texto também destaca que o estudo que fundamentaria a existência da suposta síndrome foi questionado e posteriormente retratado pela revista científica onde havia sido publicado, devido a falhas metodológicas graves e ausência de evidências que justificassem as conclusões apresentadas.

Foi nesse contexto que o professor Lucas Nicolau, que pesquisa os efeitos da proteína spike no organismo a partir da infecção pelo SARS-CoV-2, ofereceu uma análise técnica para o Estadão. Ele explicou que o estudo citado pelos médicos possui baixa evidência científica, não estabelece causalidade e carece de elementos fundamentais, como grupo controle e comprovação da presença da proteína spike nas pacientes envolvidas. O pesquisador da UFDPar reforçou que relatos clínicos podem gerar hipóteses, mas não podem ser tratados como prova científica, especialmente quando usados para promover protocolos terapêuticos, medicamentos ou cursos.

A participação do professor Nicolau representa mais um importante reconhecimento do trabalho desenvolvido na UFDPar e reafirma o compromisso da Universidade com a ciência séria, ética e com o combate à desinformação, especialmente em temas sensíveis como saúde pública e vacinação.

Com sua contribuição qualificada, a UFDPar reforça seu papel no cenário nacional ao lado de instituições e pesquisadores que atuam para garantir que debates sobre saúde se mantenham baseados em evidências e responsabilidade social.