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Mensagem do Reitor Pro Tempore em alusão ao dia Internacional da Mulher

publicado: 07/03/2023 20h42, última modificação: 09/03/2023 11h12

Dia Internacional da mulher

Queridas colegas docentes, servidoras técnicas-administrativas, estudantes e colaboradoras terceirizadas,

O dia 8 de março foi escolhido como o Dia Internacional da Mulher pela Organização das Nações Unidas – ONU em 1975. Sua origem está em um protesto que ficou conhecido como “Pão e paz” realizado em 1917 por mais de 90 mil mulheres na Rússia. Na ocasião, elas lutavam por melhores condições de trabalho no setor têxtil e contra a participação da nação na Primeira Guerra Mundial.

Passado mais de um século, essa luta se amplia e se intensifica em todo mundo. Mas, apesar dos avanços conquistados, ainda convivemos com determinações políticas e socioculturais que impedem as mulheres de terem pleno acesso à educação, à saúde, ao trabalho digno e uma remuneração justa e igualitária, além do direito de definir as regras para regulação do próprio corpo.

É urgente avançarmos no combate ao assédio, à misoginia, ao sexismo e, principalmente, a violência doméstica e ao feminicídio que, só em 2022, ceifou a vida de 699 mulheres no Brasil e mutilou tantas outras, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Não se trata, portanto, de uma luta apenas feminina, mas de uma luta que exige a mobilização de todos os segmentos da sociedade e uma postura firme das instituições no sentido de garantir a integridade, a igualdade, a garantia de direitos e construir mecanismos de vigilância, responsabilização e acolhimento mais robustos para esse segmento.

Ainda com relação a desigualdade produzida entre gêneros, e situando-a no nosso campo (o da academia), a produção científica, mesmo com o avanço da presença feminina nas mais variadas áreas do conhecimento, ainda é refreada. Dados mundiais apresentados pela UNESCO, em 2020, apontam que apenas 30% dos cientistas são mulheres, sendo que no Brasil a representatividade é de 40,3%. Ainda assim, ao olharmos para esse dado com os atravessamentos de classe e raça/etnia, percebe-se a ampliação do contexto desigual, pois a presença de mulheres pobres, negras e indígenas ainda é rara no universo acadêmico e na ciência brasileira.

Estamos, portanto, diante de um grave problema social que exige de todos nós a ampliação do debate; a abertura de caminhos, em várias direções, para a transformação das relações desiguais de poder, de apoio mútuo; e, por fim, a construção de um novo projeto de sociedade mais justo e igualitário.

Neste dia 08 de março, a UFDPar reverencia as mulheres, se alia a sua luta, colocando-se como um lócus de produção de saberes e práticas que contribuam com a defesa dos direitos já conquistados e às transformações necessárias à concretização de uma sociedade mais justa.

 

João Paulo Sales Macedo

Reitor Pro Tempore da UFDPar